A brincadeira é uma forma de aprendizado e requer planejamento, estudo, pesquisa e organização
Para você, o ato de brincar representa um escape do tédio ou uma forma de ocupar um tempo de ócio? Acredite: vai muito além disso! Ainda que fora da escola, ao brincar, a criança está em pleno desenvolvimento, pois a brincadeira é uma oportunidade educativa que vai muito além dos conteúdos do currículo tradicional.
Asas à imaginação
Quando se é criança, uma caixa de papelão vira nave espacial, um lápis faz às vezes de uma varinha de condão, um algodão doce vira nuvem e um escorregador se torna uma montanha-russa. Na mentalidade dos pequenos, essas inversões de papéis acontecem de forma natural e sem muito esforço. Isso porque, nessa fase da vida, a imaginação e a ludicidade são características inerentes e, quanto mais estímulos, cores e formas forem apresentados às crianças, maior será a capacidade delas imaginarem, inventarem e se transportarem para um universo paralelo.
O momento de brincar é tão saudável e faz tão bem à criança que, não à toa, a hora do recreio é considerada um dos momentos mais esperados pelos alunos dessa fase. Muito além de representar apenas uma mudança de ambiente ou uma pausa em determinada atividade, a hora do recreio é um aval para que o aluno solte completamente sua imaginação e, consequentemente, desenvolva-se.
Papel dos pais e da escola
Diante das mais variadas situações, a relação entre o brincar e o aprendizado é cada vez maior – mas é preciso cuidado e planejamento para que essa relação apresente resultados significativos. O ato de brincar para aprender exige atenção por parte do adulto, que deve interferir quando necessário para garantir que a criança se desenvolva brincando. Isso deve ser feito criando condições para jogos e brincadeiras e oferecendo a chance da criança explorar os novos cenários e situações e, a partir do conhecimento que já possui, aprender ainda mais.
O papel dos pais e da escola nesse momento é priorizar os momentos lúdicos e livres, possibilitando assim o desenvolvimento em plenitude. Para a gestora da Educação Infantil, Merylin Franciane Labatut, brincar é essencial para o desenvolvimento integral do ser humano nos aspectos físico, social, cultural, afetivo, emocional e cognitivo e é o momento de compartilhar, e de construir regras e combinados.
“É brincando que a criança tem a possibilidade de compreender pontos de vistas diferentes, resolver conflitos, levantar hipóteses matemáticas, científicas e sociais”, explica.
Desta forma, é necessário compreender que o tempo de brincar é tão importante quanto o tempo de estudar e que, certamente, existe um ganho simultâneo à brincadeira.
Para Franciane, os benefícios de uma criança que brinca não demoram muito a chegar.
“O ser brincante se torna mais preparado para o mundo letrado, com repertório para viver em sociedade, com maior autonomia, curiosidade e cuidado pelo mundo e pelo próximo”, garante.
Por fim, propostas pedagógicas que priorizam a brincadeira no centro das atividades escolares da Educação Infantil são, na opinião de especialistas, a melhor forma de trabalhar o desenvolvimento das crianças.