A aprendizagem do ser humano tem início na vida intrauterina e o ambiente interfere intensamente no processo dinâmico que é APRENDER. Cada sujeito possui uma forma única de compreender o mundo e selecionar informações transformando em conhecimento. Assim, a aprendizagem é um processo que acontece no cérebro, a fim de conduzir uma modificação de conduta que melhore a adaptação do indivíduo a seu meio.
Este processo é influenciado por fatores genéticos, neurológicos, psicológicos, educacionais e sociais. Quando um ou mais desses fatores sofre algum comprometimento, podemos ter a presença de prejuízos no processo de aprendizagem.
As DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM possuem causas cognitivas e/ou emocionais, mas podem passar com o decorrer do tempo e auxílio de um acompanhamento adequado, quando necessário.
Se as dificuldades de aprendizado forem persistentes, afetarem várias áreas do conhecimento e não melhorarem com o tempo, é preciso investigar a presença de um TRANSTORNO DE APRENDIZAGEM, onde há um comprometimento neurológico que prejudica o desenvolvimento intelectual e sensorial da criança.
Esses transtornos são causados por um ou mais fatores, ou até mesmo por uma combinação deles. Às vezes, a causa específica não é conhecida. De maneira geral, um transtorno de aprendizagem constitui uma condição de origem neurobiológica que afeta o aprendizado e a inteligência de um indivíduo em diversas áreas da vida.
Barbosa (2015) evidencia a visão neurobiológica da aprendizagem, definida como aquisição de novas informações arquivadas na memória. O cérebro reage aos estímulos externos, ativando as sinapses, função na qual se adquirem os novos saberes.
Na falta de intensidade das sinapses, há alterações dos circuitos que processam as informações provocando disfunções na rede neuronal, levando o aprendiz a apresentar dificuldades específicas, com níveis de intensidade distintos, as dificuldades mais comuns enfrentadas pelas crianças na escola estão relacionadas à leitura, escrita e matemática.
Ao tratar dos transtornos de aprendizagem, nota-se que eles podem estar ligados a deficiências orgânicas, resultado de alterações anatômicas funcionais do cérebro, desenvolvendo quadros de dislexia, disgrafia, discalculia e disortografia.
Estes transtornos encontram-se entre os mais recorrentes na escola e assumem a nomenclatura de transtornos específicos da aprendizagem. Ferraz (1999, p.89) explica, “os transtornos específicos de aprendizagem são incuráveis e os sintomas associados respondem a tratamento específico, mas o transtorno persiste”.
A figura do professor, que passa um período significativo do dia convivendo diretamente com os alunos, deve conhecer seus alunos e assumir um papel de referência para as crianças, ficando apto a identificar suas dificuldades e interferir de maneira positiva, de forma a promover situações favoráveis à aprendizagem. O professor deve assumir o papel de facilitador dentro da escola, onde o aluno possa ser o protagonista dentro do processo de ensino aprendizado que deve ocorrer de forma integrada. (CARARA 2017, p.08).
Ao detectar alunos com dificuldades de aprendizagem, ocorrerá a identificação dos que necessitam de intervenção clínica, psicológica, psicopedagógica ou mesmo neurológica.
As dificuldades de aprendizagem precisam ser consideradas não como fracassos, mas sim, como desafios a serem superados, dando oportunidade ao aluno de se constituir ser humano em sua totalidade. Apesar das dificuldades e transtornos de aprendizagem que alguns seres humanos apresentam no decorrer do percurso escolar, é comprovado cientificamente o potencial intelectual que estes possuem.
Para superar as dificuldades e transtornos no processo de ensino e aprendizagem, a atenção e o compromisso da FAMÍLIA, PROFESSORES, e a parceria com a ESCOLA fazem todo o diferencial. O diagnóstico preciso e as intervenções propiciam maiores e melhores resultados em todos os aspectos. Com o diagnóstico precoce e acompanhamento adequado, essas crianças podem ter uma vida plena e significativa.
Dirlei Stolfo
Pedagoga e Psicopedagoga.